O sono é dividido basicamente em duas fases: NREM e REM. Na transição de uma para a outra, contém estágios que aumentam gradativamente a intensidade do repouso e recuperação da energia e mente. Durante uma noite de sono, uma pessoa normalmente tem cerca de 4 ou 5 períodos de R.E.M., ou rapid eye movement (“movimento rápido dos olhos”), também chamado sono paradoxal, ou profundo. Um bebê recém-nascido dorme mais de 80% do tempo total de sono em sono REM; enquanto uma pessoa de 70 anos dorme menos de 10% em sono REM. A média para adultos jovens é 20% do tempo total de sono ser em sono R.E.M.
Na fase do sono REM, acontece o descanso profundo. Nela, também, é quando acontece uma intensa atividade cerebral e a consolidação da memória.
Novos estudos
Nos anos 60 e 70 esses estudos foram consolidados. Hoje, um novo experimento publicado na revista científica Current Biology volta a buscar mais informações sobre as técnicas de aprender novas palavras e suas associações semânticas, a partir do zero, enquanto se está profundamente adormecido (na fase do sono paradoxal).
A chave para isso parece ser que, quando alcançamos o estágio do sono profundo, as células cerebrais ficam normalmente ativas por um curto período de tempo antes de entrarem em um estado de breve inatividade. Os dois estados se alternam a cada meio segundo. E um grupo de pesquisadores da Universidade de Berna, na Suíça, quis comprovar se uma pessoa é capaz de formar novas associações em seu cérebro durante os momentos de atividade das células cerebrais.
Para testar esta hipótese os pesquisadores fizeram os voluntários ouvirem duas palavras enquanto estavam na fase de sono profundo, a primeira em um idioma inventado e, em seguida, em sua língua nativa, o alemão.
A palavra alemã para “chave” foi associada com o vocábulo “tofer”, enquanto a palavra “elefante” foi associada à “guga”. Uma vez acordados, os pesquisadores perguntaram aos participantes qual das palavras inventadas representava algo grande e qual representava algo pequeno.
Para deleite da equipe, os voluntários conseguiram associar a palavra “chave” com “tofer” e “elefante” com “guga”, apesar de tê-las ouvido somente quando estavam dormindo profundamente.
Aprender enquanto dorme
“Foi interessante ver como a área de linguagem do cérebro e o hipocampo (o centro de memória essencial do cérebro) era ativado para recuperar as associações formadas durante o sono”, comentou Marc Zust, pesquisador da Universidade de Berna e um dos autores do estudo. “Estas estruturas parecem interferir na formação da memória, independentemente do estado de consciência”, disse ele.
As horas que passamos dormindo normalmente são consideradas como tempo perdido. Este experimento, portanto, levanta a questão sobre se esse tempo pode ser usado de forma mais produtiva.
O que está claro é que a noção de sono como um estado mental encapsulado e totalmente separado do ambiente físico já não se sustenta. Züst explica que este estudo prova que o cérebro é mais receptivo a estímulos externos durante o sono profundo do que pensávamos.
O método de ensino APRENDA ENQUANTO DORME, aplicado nos cursos do aplicativo IBRAMO já há mais de 50 anos, é baseado em estudos cientificamente desenvolvidos, que vêm sendo aprimorados pela comunidade científica.